MTCG APRESENTA: CONSIDERAÇÕES SOBRE O JOGO!
Olá jogadores!
Após uma semana turbulenta no Battle Scenes, juras de amor e de guerra sobre a nova lista de banidas do jogo, me sinto na obrigação de escrever este artigo, com o intuito de entender porque uma mudança como essas causou tantas reações adversas nos jogadores. Ao mesmo tempo, vou tentar oferecer argumentos que contradigam o medo e a revolta, a fim de enaltecer a diversão e o comprometimento dos jogadores com a nova cena que a Copag está trazendo para o Battle Scenes.
Resumindo, este é um artigo que escrevo para mim mesmo, na esperança de que estes pensamentos passem a ser compartilhados por muito mais pessoas.
As duas principais reações ao banimento eram, “Baniram meu deck inteiro!”, seguida por “Como eu vou jogar sem carta X?”, e muitas carinhas de raiva ou de espanto no facebook, bem ao lado de varias carinhas de tristeza. Não sei quantos ali já jogaram outros jogos antes de Battle Scenes, outros card games, até mesmo outros board games, mas quem já jogou sabe que uma lista de banimentos existe e É CONSIDERADA UMA COISA NORMAL, não se assuste. A Banlist existe para trazer “oxigênio” para o jogo, e é algo saudável. Se você prestar atenção às cartas banidas, você verá uma coisa espantosa: são cartas das coleções Poderes Ocultos e Múltiplas Identidades.
Atualmente, incluindo Despertar Sombrio, temos dez coleções lançadas, sendo que BSPO e BSMI são a terceira e a quarta edições. Isso dá quase quatro anos de jogo, e você ainda está usando cartas de dois anos atrás como principais no seu deck. Nenhum card game sobrevive com essa estatística, e com certeza isso faz muito mal também para a criação de novos decks e o surgimento de novos arquétipos. O que nos traz ao próximo tópico.
Eu vejo pessoas até hoje reclamando que Cassandra deveria ser banida, ou erratada, ou simplesmente incinerada, porque quebra a cena, porque não pode uma carta ser tão forte assim. Ela foi lançada em Ofensiva Surpresa, nesse fim de semana já teremos TRÊS coleções lançadas após BSOS e mesmo assim eu ainda encontro pessoas que reclamam da Cassandra, em vez de procurar respostas e contra ataques decentes. E aí, quando você vai olhar o deck do cara, ele não mexe nas cartas desde Invasão Cósmica, aquele velho deck de Guardiões da Galáxia com Portal que fica passando Alvejar Comparsas de um personagem para o outro.
Um outro exemplo são as pessoas que reclamam de mirror. Daí você pergunta do cara se ele usa Invasão Secreta, e ele diz: “NÃO”. Em pleno ano de 2016, cara... Não vou nem continuar.
O que eu quero dizer é que até mesmo o For Fun não dura para sempre, se o seu interesse pelo jogo diminuir a zero. Não é o jogo, é você. Eu vi o deck de Shuma se tornar conhecido e ganhar de tudo, e depois eu vi o deck de Shuma perder terreno para Suborno e Amigos, e agora eu vejo o deck de Shuma se erguendo em poder novamente. Eu estou falando de uma mudança de metagame apenas de Agosto a Dezembro, quatro meses e uma montanha russa de mudanças, e você aí com o seu deck de Lâminas Psíquicas (isso mesmo, lá de Poderes Ocultos) reclamando que tudo tem que ser banido.
Não existe nada mais normal do que não fazer Top 4 em um torneio, principalmente se os outros jogadores da sua cidade ou grupo tem mais experiência de jogo do que você. Em um torneio, só um pode ser o campeão. Só podemos fazer nosso melhor e torcer para que seja suficiente.
Outra alternativa seja o fato de a pessoa que te ensinou a jogar foi direto ao ponto do jogo, mostrou as regras, mostrou as etapas e mostrou como fazer os quinze pontos necessários para ganhar uma partida. Embora isso realmente seja suficiente para você jogar, é uma leitura incompleta do que é o Battle Scenes e todas as possibilidades que o jogo permite. É como Xadrez: saber como as peças se movem é o básico, mas não te leva muito longe.
Eu posso te dar uma sugestão, mas envolve algum tipo de empenho da sua parte. É muito simples, na verdade: não aceite jogar qualquer partida. Muitos jogadores chegam (na loja) querendo testar decks, e vão escolher os jogadores mais inexperientes para jogar contra, e como é um teste, eles vão mais motivados do que nunca contra você, tão motivados que não deixarão você corrigir uma jogada, não vão te ensinar nada, e assim que acabarem de te vencer eles vão para a próxima partida, sem deixar um conselho sequer.
Se você realmente quiser melhorar no BS, aceite jogar contra aqueles mais antigos da loja, que já tem um deck consolidado, e que tem paciência para novatos. Eles vão até abrir mão de uma vitória para te ensinar as coisas mais importantes do jogo, dar sugestões de cartas e até mesmo te falar para mudar de deck. Cabe a você decidir o que fazer a partir daí. Se este tipo de jogador não existe na loja que você frequenta, talvez seja hora de uma mudança de ambiente.
Quer uma segunda dica? Baixe o Tabletop System na Steam e jogue com jogadores do Brasil inteiro, no grupo de whatsapp você encontrará muita gente disposta a te ajudar.
Em primeiro lugar, não pare de jogar a menos que seja uma questão de saúde ou familiar. Segundo, não venda as suas cartas. Quem vos escreve já passou por isso, sei do que estou falando. Quando eu decidi vender minhas cartas de Magic, não havia ninguém lá pra me dissuadir da ideia, ninguém pra me dizer que eu iria parar mas não seria pra sempre, e que se eu guardasse as cartas no dia que eu voltasse elas já estariam lá esperando por mim. Deu muito trabalho consegui-las, pra me desfazer assim tão facilmente.
Estabeleça uma regra bem louca, por exemplo: se após dois anos eu realmente não jogar mais Battle Scenes, eu vendo. Se um amigo quiser comprar (nada de desconhecidos), eu vendo. É recorrente em qualquer card game darmos aquela parada estratégica, tirarmos aquele ano sabático para atingirmos outros objetivos na vida. Também é recorrente o fato de retornarmos para o jogo quando nosso coração diz que é a hora. Sobreviva ao impulso de se desfazer da sua coleção como se fosse um ritual de purificação, afinal não há nada de vergonhoso em dar um tempo e voltar anos depois. Você será o cara com as cartas vintage, todos vão querer olhar a sua pasta, mano!
No mais, fico por aqui. Obrigado se você leu até o final, significa muito pra mim.
Vemos nos no próximo artigo!
