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PROFISSÃO REPORT: BRASÍLIA VAI AO BATTLE ROYAL 2016!


O objetivo deste report é relatar a experiência de um jogador mediano (no caso, eu), oriundo de uma localidade onde o Battle Scenes ainda engatinha (no caso, Brasília). Portanto, não digam que não avisei :-P


Bem, meu relato está dividido em duas partes. Na primeira, falo um pouco sobre o Royal em si e faço uma análise do deck que utilizei no torneio. Na segunda, detalho o desempenho nos torneios oficial e paralelo que participei. Mais um aviso: isso aqui não é HQ, os textos são longos e tem poucas figurinhas rsrsrs. Vamos lá...



O Battle Royal e os jogadores


Que baita evento! Mais de 270 jogadores inscritos, ambiente espaçoso, boa organização, atrações adicionais (spoilers entre as rodadas, sorteios de ultrararas, torneios paralelos)... Enfim, a Copag se superou, e todos que participaram do Battle Royal 2016 foram unânimes em dizer que esta edição foi muito superior à de 2015. Parabéns aos organizadores!


Logicamente, alguns detalhes deverão receber um cuidado maior no ano que vem, principalmente no quesito divulgação. A final do campeonato não ter sido sequer gravada foi um deslize gravíssimo! Algumas decisões dos juízes também foram questionáveis, mas é preciso reconhecer que eles buscaram ser justos e coerentes, coisa que nem sempre é fácil em um ambiente competitivo. Além disso, toda a equipe – juízes e staff em geral – foram muito educados, solícitos e, acima de tudo, pacientes.


Sobre os jogadores, a comunidade do Battle Scenes é das mais saudáveis e divertidas que conheço. Muitas estrelas da internet (hehe) estavam lá e se mostraram todos, sem exceção, pessoas fora de série: Daniel “Lobo” Feitosa (Lobo Guarah), Richard Colares (Condado Kalunga), Wagner Macedo (MTCG), Manoel Azevedo (Central HQs), Jhonattan Nascimento (PlayPro!), Roney Peres (Dalaran Games), Rafael Stark (Starkshop). Além deles, o criador do jogo, Fabian Balbinot, esteve sempre na área, ou autografando playmats e cartas (que valem pro jogo SIM, item 2.5 dos Procedimentos de Torneios Oficiais ;-P), ou distribuindo sua simpatia de graça para todos rsrsrs. Ausência muito sentida foi a do Kleber “Que Homem” Kennedy (The Game of Cards). Mas digamos que o campeão Matheus Varela lhe fez justiça, vindo lá de João Pessoa para ganhar o caneco, digo, o busto do Homem de Ferro de singelos e maciços 70 kg! Ou seriam 30 kg? De qualquer forma, que presente de grego, hein Copag? Vê se paga esse frete aí rsrsrs.


Falando no campeão, que cara gente boa o Matheus! Conhecia-o virtualmente pelo grupo do BS Online, e foi muito bom poder conhecê-lo pessoalmente. Por sinal, o BS Online esteve muito bem representado no Royal: Érika (7º lugar), Marcus Farias (15º), Evandro Siqueira (16º), Daniel “Mexicano” Bravo (20º), Handre Macedo, Jean Aluhandri, Leandro Silveira, Thales Henrique, Lucas Magon e tantos outros fizeram bonito no Royal. Conhecê-los ao vivo e a cores foi uma grande satisfação! Reencontrar o pessoal de Porto Alegre (Yuri, Suami, Sérgio Menna, Adriano Pereira, Wagner) também foi ótimo. E a conversa com o Lobo e a turma do Adaga na Caveira (Yoshi, Belato) no final do evento sobre a criação de uma liga e da importância de um cenário competitivo foi muito instrutivo. Quem sabe conseguiremos agitar Brasília e levar uma caravana candanga para o Royal 2017!



Enfim, o Royal foi muito mais do que um campeonato: foi um momento de criar e fortalecer amizades. Obrigado a todos! E se tudo der certo, nos reencontraremos dentro de um ano, no Battle Royal 2017.



O Deck: Sua história e seu funcionamento!


AVISO AOS NAVEGANTES!


O deck que vou apresentar a vocês foi feito por um NÃO profissional – não tentem fazer isso em casa.


Para começo de conversa, deixo claro que meu objetivo no Royal era bastante humilde: eu só não queria fazer fiasco rsrsrs. Acredito que eu tenha conseguido, afinal finalizei o torneio oficial com 4 vitórias e 5 derrotas (ou 3x4, excluindo a vitória de WO e a partida que concedi; detalhes na próxima seção), o que me rendeu um digno 95º lugar entre 270 e poucos jogadores. Enfim, seja pela pouca prática (infelizmente, consigo jogar muito menos do que gostaria), seja pelo metagame ainda bastante limitado de Brasília, eu tinha certeza que não poderia fazer frente aos melhores jogadores do Brasil. Esses aspectos foram cruciais para a escolha do deck que eu iria utilizar.


Inicialmente, pensei em jogar com uma versão de Ultron Controle. Utilizei esse deck com algum sucesso no começo do 1º torneio do BS Online, e foi com ele que disputei o Último Treino aqui de Brasília (detalhes neste link AQUI). Mas foi justamente aí que comecei a duvidar do deck (ou melhor, das minhas condições de pilotá-lo). Perdi minhas duas partidas pelo tempo, o que não era um bom sinal considerando a tensão que eu enfrentaria no Royal. Além disso, no torneio online levei uma coça de dar dó da Érika, ela mesma, 7º lugar no Royal e namorada do campeão Matheus. Troquei de deck e nas rodadas seguintes joguei contra o Lobo Guarah e contra o Evandro (vice campeão do torneio online). Apanhei mais ainda, mas serviu pra aprender: Genialidade é essencial para ter card advantage, e a combinação desse poder com Lâminas está muito forte.


Acontece que me recuso a jogar de Illuminati, pois detesto o personagem Tony Stark (cada um com seus problemas rsrsrs). Além disso, não basta pegar uma lista qualquer e sair jogando: é preciso conhecer o deck e suas possibilidades. Sem tempo para me adaptar a gameplays diferentes e querendo fugir de mirror matchs, fui pra minha zona de conforto: Hidra! Não que eu seja um exímio jogador com o Caveira e seus amiguinhos, mas como eu já havia jogado com decks dessa afiliação anteriormente, era uma escolha razoável, apesar de inusitada. E o inusitado talvez pudesse se transformar em efeito surpresa, vá saber.


Passei então à construção de uma versão atualizada da Hidra. Rapidamente me dei conta que o personagem central nessa nova versão seria o Barão Strucker (por possuir Lâminas), e não o Caveira Vermelha. Também concluí que não havia muito espaço para os demais personagens da Hidra, com exceção de alguns soldadinhos pra tutorar com o Caveira. Por conta disso, reduzi a quantidade de habilidades de Ataque à Distância e foquei o deck em Genialidade, Lâminas e Regeneração. Adicionei alguns cards onipresentes no metagame e, voilà: com vocês, o Hidramático!!! (não me xinguem, sou péssimo pra inventar nomes)




De Hidra, realmente, só tem o núcleo básico: Barão e Caveira. Os soldadinhos servem muito mais para capacitar e para embaralhar o deck após a busca do que propriamente para colocar em cena, apesar de que podem ser úteis quando carregando Tiro Incapacitante. As duas Parede Holográfica também dão um ar mais Hidra ao conjunto. Mas é só. E é por conta disso que não coloquei Objetivos Iguais, pois dificilmente teria três personagens Hidra em cena.


Na verdade, o foco do deck acabou ficando em efeitos de textos permanentes, sem necessidade de utilizar ações propriamente ditas. Esse é o caso de Suborno, Planos de Infiltração e Tecnoassalto; Reestruturação Muscular, Saúde de Ferro, Geração Espontânea e Contaminação Benigna; Barão Strucker, Caveira Vermelha, Carnificina e Mercenário. São 12 habilidades e 9 personagens, pouco mais de 1/3 do deck, que funcionam independentemente do personagem estar ou não capacitado. E devo dizer: esse conceito funcionou perfeitamente como planejado! O draw mostrou-se excelente, especialmente pela combinação Suborno/Planos + Reestruturação/Contaminação. E um efeito colateral que eu não havia previsto foi o enorme incremento na capacidade de retorno após eventual limpeza da mesa. Mais de uma vez consegui montar a cena com 6 ou 7 personagens logo após um wipe out, o que também foi facilitado pela boa quantidade de personagens diferentes (12, sendo 8 tutoráveis com Planos). Mas card advantage e capacidade de retorno, sozinhos, não ganham jogo.


O deck acabou ficando sem pegada. São apenas 7 habilidades e 10 personagens que causam dano ou descarregam cards (não dá pra considerar os soldadinhos). Em vários momentos, fiquei apenas com um Caveira ou Barão na mesa, sem qualquer habilidade que causasse dano. É bem verdade que, conseguindo montar a mesa com um bom número de personagens, a capacidade de reação é bem forte, especialmente na antecipação. Mas isso só fez reforçar a fraqueza deste deck contra seu principal algoz: os Illuminatis.


Algumas considerações sobre cartas específicas:

  • Wolverine: um alvo a menos pro Suborno do adversário

  • Dente de Sabre: personagem diferente, fora do meta, para tutorar com Planos

  • Carnificina: o combo com Capitão Louco não rola, mas 3 de dano penetrante após uma Multiplicação de DNA, podendo fazer uma Dança de Lâminas em seguida, não tem preço

  • Cassandra e Fantasma: ambos com Genialidade, são meta e ponto final

  • Drácula e Blade: duplinha com Lâminas e Regeneração que encaixa muito bem nesse deck

  • Motoqueiro Fantasma e Mercenário V2: tutoráveis com Planos, tem ações/efeitos fundamentais no meta atual; antes da surra de soga que levei da Érika, não passavam de mera curiosidade pra mim; acho que foi por isso que apanhei tanto kkk

  • Descobertas Infindáveis: qualquer deck com Genialidade precisa ter

  • União Inabalável: já é bom salvar UM personagem do Demolidor V3, Surpresa Dolorosa, Pyro, Adagas... se o deck for tribal, melhor ainda

  • Parede Holográfica: não funcionou como pretendido; sempre foram retiradas de cena pelo adversário, que descartava um cenário ou duas cartas quaisquer (afinal, todo deck bom compra carta pra caramba hoje em dia); o melhor efeito obtido foi atrapalhar uma ou outra Luta pela Justiça, impedindo de colocar Caça aos Renegados em cena (mas isso depende de colocar a Parede na hora certa) :-/

  • Doença e Cura: cenário subestimado, funciona de forma EXCELENTE neste deck; descarrega uma Jóia do Tempo do lado de lá, enquanto do lado de cá carrega uma Contaminação Benigna e, por conseqüência dela, um Suborno ou um Planos ;-)

  • Frenesi de Batalha: ótimo finalizador, especialmente contra tanques como Luke Cage, mas num meta repleto de Lâminas é uma faca de dois legumes; em suma, é preciso saber quando colocar e quando RETIRAR esse cenário

  • Armadilha Reforçada: num mundo com Tumbas menos custosas e mais apertadinhas rsrsrs, esse suporte é uma opção a mais de controle; além do mais, é uma senhora dor de cabeça para decks baseados em Telecinesia (exemplo na próxima seção)

  • Inutilizar: foi quase inútil, com o perdão da má piada; em 12 jogos, nunca cumpriu o papel de fazer pontos com os suportes adversários, seja porque tombava na contagem, seja porque era preciso capacitar alguém e/ou gerar recursos em momentos que não havia suporte pra bater; um só talvez seja pouco pra uma carta que só funciona de verdade quando vinda da mão, ou talvez 11 personagens com Lâminas seja pouco (mais de uma vez, por ser o recurso disponível, Inutilizar foi parar inutilmente no Caveira)

  • Tiro Incapacitante: impressionante o medo que gera no adversário! Alvo preferencial de descarregamentos e danos penetrantes, poucas vezes consegui utilizar a habilidade; mas chamarizes têm seu valor ;-)

  • Planos de Infiltração: que carta! Até a ação em si é boa neste deck, pena que demorei a perceber rsrsrs

  • Contaminação Benigna: outra carta subestimada e que encaixou muitíssimo bem aqui; com duas dessas nos recursos, uma permuta de Reestruturação Muscular acaba recuperando QUATRO de vida divididos entre dois e quatro personagens; junte a isso Subornos e Planos, e está feita a festa

  • Genética Superior: ajudou algumas vezes, mas em um meta cheio de Portais e danos penetrantes, acabou ficando abaixo do esperado

  • Geração Espontânea: nunca esteve no lugar certo nem na hora certa; assim como Inutilizar, talvez precise mais de uma cópia para surtir todo o efeito desejado.

Para finalizar a análise, e com base nas considerações acima, seguem algumas idéias de ajustes, sem levar em conta ainda as cartas da nova coleção:



Concluo essa seção com agradecimentos especiais a três pessoas: Lobo Guarah e Érika, que foram pacientes comigo e me deram excelentes dicas no BS Online; e Vinícius França, aqui de Brasília, que trouxe toda sua artilharia pra testar o deck uma semana antes do Royal. Sem vocês, certamente eu não teria cumprido a meta de não fazer fiasco. Valeu!!


E no próximo post, o desempenho desse deck que podemos chamar de... ahnnn... corajoso. :-P

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