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PROFISSÃO REPORT: LANÇAMENTO BSAQ - BRASÍLIA/DF


Nesse sábado (13/08), foi realizado o torneio de lançamento de BSAQ em Brasília, no formato Draft. O evento foi organizado pela MTGstore, que vem sediando os campeonatos oficiais de Battle Scenes há vários meses e se consolida como o point do BS no Distrito Federal. Cabe um esclarecimento: o torneio era pra ter ocorrido no sábado anterior (06/08) mas, por problemas na entrega do material do campeonato, foi preciso adiá-lo.


Tivemos a participação de sete jogadores. O grupo aqui em Brasília ainda é pequeno em comparação com outras capitais, mas vem crescendo. E a disputa pelos primeiros lugares nos torneios está cada vez mais renhida.


Neste report, vou relatar os jogos na minha perspectiva e explicar um pouco das minhas escolhas na construção do deck – fui de Heróis de Aluguel e algumas cositas a mas. Ao final, breves comentários sobre as cartas-chave do meu deck e sobre os demais decks do torneio. E pra fechar, algumas curiosidades do evento.


1º Rodada – Tiago x Hugo


Comecei o jogo de forma promissora, com Colleen Wing investigando curativamente. Mas cometi um erro: deixei a Investigação Curativa na Colleen pensando em trocá-la com o próximo personagem usando a passiva do Treinamento em Equipe (também carregado na Colleen). Ocorre que, diferente de Trabalho em Equipe (nome parecido demais!), permuta-se o próprio Treinamento em Equipe com um card de outro personagem da mesma filiação. Felizmente não me prejudiquei tanto assim, pois consegui gerar mais alguns recursos com Meditação e a passiva do Punho de Ferro nos turnos seguintes.


Hugo entrou no jogo aos poucos, e fui derrubando os personagens dele utilizando principalmente as antecipações dos HdA – praticamente todos antecipam com suas próprias habilidades. Até que ele colocou o Campo de Força na mesa...


O jogo travou. Concluí que não valia a pena gastar minhas antecipações para derrubar o Campo, pois no draft cada capacitação vale ouro. Assim, restringi minhas ações de dano às etapas de ataque dos meus próprios turnos. Do lado do Hugo, ele conseguiu estabilizar a mesa com Capuz, Satana e Umar. Mas o deck dele não batia. Ou melhor, não batia o suficiente. Ainda que Satana e Umar descarregassem um card com suas ações e que o Capuz batesse 2 em cada turno com Manobra Veloz, meus personagens iam se curando, fosse com a passiva do Punho de Ferro, fosse com o cenário Doença e Cura (os três do deck foram usados nessa rodada).


Após ter desperdiçado alguns danos penetrantes na Satana (a desgraçada se cura!), derrubei o Capuz. No fim das contas, acabaram os 50 minutos, concluímos o turno e fechamos em 13 x 7.


Resultados:


Tiago 13 x 7 Hugo

Vinícius 17 x 6 Paulo

Glemerson 15 x 0 Luciano

Gustavo by


2º Rodada – Tiago x Gustavo


Gustavo começou jogando e colocou um Dr. Samson logo no primeiro turno, investigando cientificamente. Isso me “assustou” um pouco e, apesar dos poucos recursos, acabei baixando um Carnificina sozinho. Erro: entrei cedo demais, com poucos recursos e ficando sem a contagem regressiva. No seu segundo turno, Gustavo baixou um Batedor da Ordem Negra carregando um Armamento Complexo e investigou de novo com o Dr. “banda esquecida do NWOBHM”. Problemas à vista: dois bichos fortes e muitos recursos de um lado, um bicho sozinho e poucos recursos de outro. Baixei uma Colleen e consegui derrubar o Batedor. Mas então entrou um Estrela Negra com TRÊS Armamentos Complexos. O bicho ficou 6/6, batendo 3 em cada turno! Eu até consegui derrubar o Dr. Samson, mas Gustavo baixou um segundo. E pra piorar, ele baixou um Campo de Força (de novo não!), incapacitando o segundo Dr. Samson. Ah sim, uma Satana apareceu também.


O que fazer? Bem, minha mão tinha uma boa quantidade de personagens e resolvi apostar: em vez de tentar consertar a cena utilizando os poucos recursos que eu tinha, resolvi deixar o Gustavo limpar a mesa, de forma a gerar recursos na minha contagem regressiva. Ele caiu na tentação e derrubou meus personagens. No meu turno, com mais seis cartas nos recursos, coloquei em jogo todos os personagens que eu tinha na mão e passei. Na antecipação do turno dele, dei dois de dano penetrante no Campo de Força com Facção Mortal, e ele derrubou mais personagens meus na etapa de ataque. No meu turno, coloco um Punho de Ferro e a Elektra V1, carregando a V2. Passei. A essa altura, o jogo estava assim:


Prêmios Tiago: Batedor da Ordem Negra + Dr. Samson = 7 pontos

Prêmios Gustavo: Carnificina + Colleen + Justiceiro + Punho de Ferro = 14 pontos


Em cena Tiago:


Coleen, com três de vida, capacitada em 1

Shang Chi, com três de vida, carregando Facção Mortal, capacitado em 2

Punho de Ferro, com quatro de vida, capacitado em 1

Elektra V1, três de vida, carregando a V2 e Coleção de Explosivos, capacitada em 2


Em cena Gustavo:


Estrela Negra, 6/6 (um tanque!), capacitado em 2

Satana, com quatro de vida, capacitada em 1, e protegida por um Esconderijo Secreto

Dr. Samson, com cinco de vida, capacitado em 1

Mary Tyfoid, recém baixada e o maldito Campo de Força, com um de energia


Qualquer combinação de ataques do Estrela Negra (3 de dano) + Satana (1 de “dano penetrante”) + Dr. Samson (3 de dano) levaria algum dos meus personagens menores. Jogo perdido! A não ser que...


Preocupado com a quantidade de dano penetrante que eu poderia causar na antecipação, e receando especialmente o combo das ações da Elektra V2 com a V1, Gustavo resolveu usar no reloginho um dos três (!) Armamento Complexo do Estrela Negra pra dar dois de dano na Elektra V1 e descarregar a Elektra V2. Quase desisti, mas então me dei conta que a ação da V1, ainda que gere um pontinho de dano besta, incapacita em um o alvo. Então fui pra antecipação, faceiro da vida:


Punho de Ferro, usando Chi Elevado, causa dois de dano no Campo de Força e o derruba;

Colleen causa um de dano penetrante na Mary Tyfoid e dá bônus pros demais HdA;

Shang Chi usa Facção Mortal e causa três de dano penetrante no Samson;

E Elektra causa um de dano no Samson (que para no escudo) e o incapacita.


Sobrou ao Gustavo apenas a ação da Satana! Ao voltar pro meu turno, capacitei a Colleen de graça e o Punho de Ferro e a Elektra descartando as duas últimas cartas da minha mão. Sem antecipações, Gustavo viu o Dr. Samson e a Mary Tyfoid serem derrubados na minha fase de ataque, respectivamente, com as ações próprias da Colleen e do Punho (um penetrante + três normais), e com a Coleções de Explosivos da Elektra.


De virada, aos 45 do segundo tempo! Pela primeira vez ganho dois jogos em um campeonato! (já tinha feito dois pontos outras vezes, mas sempre com ajuda do amigo BY rsrsrs). E vamos para a “final”.


Resultados:


Tiago 15 x 14 Gustavo

Vinícius 16 x 4 Glemerson

Paulo 15 x 2 Hugo

Luciano by


(clique na imagem para ampliar)


3º Rodada – Tiago x Vinícius


Vinícius começou o jogo com poucos personagens na mão. Por outro lado, tinha muitos recursos. Ele iniciou baixando o cenário Iluminação Inumana e um Maximus logo em seguida, capacitando-o em 1 e colocando um card do topo do deck nos recursos como efeitos do cenário. Detalhe: a carta tombada foi a Máquina de Bloqueio Mental. Ufa, me escapei dessa! Ele ainda baixou um Dr. Samson, capacitou de graça e passou.


Lembrando do meu erro na rodada anterior, quando entrei cedo demais no jogo, derrubei três cartas na contagem regressiva, comprei minha carta e passei. No seu turno, Vinícius só comprou sua carta e passou. Novamente três cartas na contagem, comprei e, aí sim, entrei. De uma só vez, Carnificina (com DUAS Contaminação Benigna), Colleen e Punho. Na seqüência, consegui derrubar o Dr. Samson utilizando uma das Contaminações combando com a passiva do Carnificina (mais ataques dos companheiros em cena, logicamente). Um segundo Samson também foi nocauteado e ainda consegui deixar o Maximus com dois de vida.


Quando tudo se encaminhava para uma vitória tranqüila, eis que surge um Triton! Pronto, travou-se o jogo. Se eu tentasse (como burramente cheguei a fazer, desperdiçando uma capacitação do Punho) dar dano no Maximus, ele redirecionaria o dano para o Triton, o qual reduziria o dano em 1 por conta da passiva e absorveria o resto no seu escudo. Além disso, o bicho bate forte (àquela altura, em cinco). Com a segunda Contaminação Benigna do Carnificina, consegui reduzir a vida do Triton a dois (a passiva do Triton só reduz dano de ações, sem afetar o dano da passiva do Carnificina). Mas fora isso, as demais ações à minha disposição eram baixas (1 penetrante ou dois normais). Passei o turno, pensando que o jogo ainda estava sob meu controle. Mas BS é um jogo cheio de surpresas (vide minha vitória anterior), e então Vinícius consegue baixar o Raio Negro. Me lasquei! O jogo estava assim:


Prêmios Tiago: 2 x Dr. Samson = 10 pontos

Prêmios Vinícius: 0 pontos


Em cena Tiago:


Carnificina, com dois de vida, incapacitado

Coleen, com três de vida, capacitada em 1

Punho de Ferro, com quatro de vida, capacitado em 1


Em cena Vinícius:


Maximus, com dois de vida

Triton, com dois de vida, mas batendo 6!

Raio Negro, recém baixado


Etapa de antecipação. Eu tinha quatro cartas nos recursos. Podia usar o efeito alternativo do Chi Elevado do Punho para colocar dois cards dos recursos nele mesmo, de forma a sobreviver ao Triton. Porém, a Colleen ou o Carnificina iriam pro espaço, e o Raio Negro começaria a fazer estrago já na etapa de antecipação do meu turno. Hora de apostar novamente.


Usei a antecipação da Colleen no Triton, que reduziu o dano a zero (erro meu, deveria ter batido no Raio Negro; felizmente não fez diferença). Então usei o Chi Elevado para causar três de dano no Triton, cuja passiva reduziu o dano para dois, suficiente para zerar seu escudo. E passei. Vinícius cometeu, então, o erro que lhe custou o jogo: preocupado com a sinergia dos HdA entre si, usou o ataque do Triton para derrubar o Punho, quando poderia ter nocauteado o Carnificina (seriam os mesmo quatro pontos nos prêmios). Ocorre que eu tinha um Shang Chi na mão e quatro cartas nos recursos. Como a carta atacada era dos HdA, pude baixá-lo e, utilizando sua passiva, causei três pontos de dano no Triton. Ganhei a aposta, o jogo e o campeonato! Primeira vez no topo do pódio.


Resultados:


Tiago 15 x 4 Vinícius

Paulo 18 x 9 Glemerson

Gustavo 20 x 9 Luciano

Hugo by


Resultado final


1º Lugar: Tiago 3 vitórias / 0 derrotas


2º Lugar: Paulo 2 vitórias / 1 derrota


3º Lugar: Vinícius 2 vitórias / 1 derrota


4º Lugar: Gustavo 2 vitórias / 1 derrota


5º Lugar: Glemerson 1 vitória / 2 derrotas


6º Lugar: Hugo 1 vitória / 2 derrotas


7º Lugar: Luciano 1 vitória / 2 derrotas




Por que Heróis de Aluguel?

O Draft é um formato em que se começa a jogar antes mesmo do próprio jogo. A escolha das cartas em cada rodada e a construção do deck exigem habilidades distintas e complementares àquelas necessárias ao jogo em si, o que de certa forma equilibra a disputa.


Tentando seguir os ensinamentos do mestre Sérgio Menna, abri meus dois primeiros boosters e procurei qual a “bomba” que poderia definir o estilo do meu deck. Não tinha “bomba” nenhuma, mas ao menos saiu uma foil: Improbabilidade. Como eu ainda não a tinha na coleção (sim, isso é um critério válido de escolha... às vezes... eu acho), peguei essa mesmo e passei. Minha idéia passou a ser “pegar personagens com telecinesia”. Até vieram alguns, como o Aelfyre Whitemane e a Crystalis, mas depois mais nada. E então começaram a aparecer cartas e mais cartas de Heróis de Aluguel, especialmente Colleen Wing e Punho de Ferro (ambas raras e com boas ações próprias). Ao mesmo tempo, nada que prestasse dos Inumanos, Ordem Negra ou Asgardianos.


Mudei de estratégia. Rapidamente fiquei com vários personagens dos HdA. Ao fim da segunda rodada, já com 28 cartas, minha preocupação era obter habilidades compatíveis com meus personagens e que dessem dano, mas consegui apenas duas: uma Facção Mortal e uma Coleção de Explosivos. E enquanto isso, cartas e mais cartas de regeneração passavam, inclusive o Carnificina V2. Percebendo isso, passei a pegar essas cartas também, inclusive o “cenário merchandising do Fabian”. Além disso, como o viés tribal do meu deck estava bem definido, fui pegando cartas que se beneficiavam disso: Unidos Venceremos e Objetivos Iguais. Com mais alguns picks certeiros, com destaque às Elektra V1 e V2, a montagem do deck foi bastante fácil. Só não me perguntem por que peguei QUATRO Pacote Surpresa :-P


Alguns breves comentários sobre as cartas utilizadas:


  • Carnificina + Contaminação Benigna = Killer of Giants (foram três Samson e um Triton derrotados com o auxílio desse combo)

  • Colleen + Punho de Ferro + Shang Chi = trio maravilha, passa, lava e cozinha

  • Elektra V1 + V2 = o combo não rolou, mas só a ameaça dele já serviu pra distrair a atenção do oponente

  • Doença e Cura: combina uma barbaridade com HdA (e com o Carnage também)!

  • Unidos Venceremos, Objetivos Iguais e Heróis de Aluguel: ajudaram, quando vieram (uma vez cada :-/ )

  • Vendaval Grudento: excelente carta! Saiu-se melhor que o esperado, considerando que só tinha o Carnificina para usá-los

  • Justiceiro V1 e V2, Misty Knight e Demolidor V3: valeu gente, vocês tentaram

  • Gárgula: podia ter aparecido, né?

  • Mercenário e Golpe de Vento: o que vocês estão fazendo aqui?!?


O decklist completo está aqui (ignorem as 20 Proteção: é que o D3CK5 exige 60 cartas pra poder publicar o deck).



Análise sintética dos decks


  • Tiago: Heróis de Aluguel + Carnificina

  • Paulo: Asgardianos, com Odin, Três Guerreiros e Máquina de Bloqueio Mental (tinha o Boneco Vodu também, se é que vale mencionar :-P

  • Vinícius: Inumanos, com Raio Negro V2 e Máquina de Bloqueio Mental (e Feiticeira Escarlate, pra dar mais um brilho)

  • Gustavo: Ordem Negra + Tentáculo, com Mary Tyfoid, os ninjas e... uma Surpresa Dolorosa

  • Glemerson: Asgardianos + Heróis de Aluguel

  • Hugo: Inumanos, com Medusa V2

  • Luciano: Ordem Negra, com Thanos e Fauce de Ébano


Sobre as cartas que enfrentei:

  • Dr Samson joga MUITO no draft – e vai ver muito jogo no pauper também.

  • Triton + Maximus é uma dupla difícil de lidar. E quando o Raio Negro entrou em cena, ficou claro por que Inumanos se projeta como um deck competitivo.

  • Campo de Força desponta como o melhor dentre os suportes de absorção de dano (até porque existem muitos outros counters para dano na fase de preparação).

  • Satana é uma carta melhor do que parece. Descarrega uma carta do personagem escolhido, ignorando escudo, e ainda se cura no processo... Vai ver jogo no pauper.


Curiosidades:


Aconteceram alguns fatos divertidos (bizarros até) durante o draft:

  • DOIS Boneco Vodu foram abertos, em momentos distintos, e logicamente ambos giraram e giraram na mesa até que alguma alma caridosa os selecionou.

  • Até o final da segunda rodada (28 cartas!), o Gustavo não tinha selecionado NENHUMA carta de rara pra cima. Tivemos que explicar pra ele que não se tratava de um pauper draft rsrsrs (mas na hora do jogo isso não fez a menor diferença, é só ver o suador que tomei do deck dele na segunda rodada).

  • Com apenas UMA foil aberta nos seis primeiros boosters, eis que na última rodada me vieram DUAS: um Demolidor e um Fauce de Ébano. Acabei ficando com o Demolidor e passei o Fauce para o Luciano, que ficou duplamente feliz – ele ainda não tinha o Fauce na coleção e estava montando justamente um deck de Ordem Negra.

  • O Luciano, que já tinha pegado um Thanos e recebido um Fauce, acabou abrindo um Odin nos dois últimos boosters. Ficou com ele, logicamente, mas não serviu de nada no deck.


Agradecimentos finais


A cena do Battle Scenes (que trocadilho, hein!) aqui em Brasília pode ser pequena ainda, mas está em expansão. E isso se deve à persistência do André, que está mantendo a chama do jogo acesa por aqui desde que a loja física da MTGstore foi criada. Um grande obrigado, em nome dos jogadores candangos.


É preciso agradecer os jogadores também. O ambiente é muito saudável, e novos jogadores são muito bem recebidos (eu que o diga). Por sinal, é de se salientar o equilíbrio na cena local: cinco dos sete participantes já foram campeões de algum torneio. Parabéns pra todos nós!


Para concluir, no próximo sábado (20/08), haverá mais um torneio de BS na MTGstore. Este que vos escreve não poderá participar, mas espera-se um quorum maior no evento. E já está na agenda de Brasília o Torneio Pauper – Churrasco Asgardiano: dia 10/09, às 15 horas, sempre na MTGstore. Até lá!

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