DIÁRIO DE UM TREINADOR #4: NASCE A MARCHA NOTURNA
A ovação do público arrepia meu corpo, sinto como se meus pés estivessem congelados à plataforma. Parecia improvável a vitória de meu pequeno Joltik frente a um Zoroark treinado, vencemos na astúcia. Retorno meu pequeno amigo para a pokébola, meu rosto ficou sujo de poeira, marcas da última batalha. Preciso escolher meu novo Pokémon para o próximo round, não sei o que fazer, minhas mãos estão trêmulas de nervosismo. Meu oponente lança um incrível Lucario, não penso duas vezes e jogo meu Lampent e a multidão que assiste grita surpresa frente a minha escolha, não sei bem como reagir no meio de tanta neura, é meu primeiro torneio oficial. Meu nome é Léllis Barboza e esse é o Diário de um Treinador.
Fala galerinha, primeiramente gostaria de me desculpar pelo sumiço nesses últimos dias, o primeiro motivo do desaparecimento é que voltei para a cidade onde curso minha faculdade e o segundo e mais empolgante foi a minha preparação para o meu primeiro City de Pokémon. Como todos leitores devem ter acompanhado, eu estava construindo um deck para participar desse importante torneio, porém eu me encontrava numa dúvida absurda sobre qual deck escolher, quando na última semana, aos 45 do segundo tempo eu decidi jogar de Night March, Marcha Noturna em português.
A escolha do deck primeiro se deu pela facilidade em se montar, já que os principais pokémons do deck são comuns e da mesma edição. Fora isso, é um baralho que se comporta extremamente bem no formato por conseguir nocautear com facilidade os Ex e os seus megas utilizando (reforçando) apenas pokémons básicos e comuns. Claro, o deck não é perfeito, tem seus grandes counters no formato como explicarei no decorrer do texto, mas você pode perceber a versatilidade do mesmo, lembrando também que estamos falando de um deck tier 1.
O Deck:
Sempre gostei de inventar muito nas listas, mas como o Marcha Noturna é um baralho bastante consistente e eu queria ir bem no torneio fiz apenas uma alteração na lista que usei, que foi a lista usada por Andrew Mahone que inclusive ganhou alguns Cities no Estados Unidos. Segue a Lista:
Pokémon:
4x Joltik (PHF #26)
4x Pumpkaboo (PHF #44)
4x Lampent (PHF #42)
3x Shaymin-EX (RSK #77)
2x Milotic (PRC #44)
2x Feebas (FLF #22)
Treinadores:
3x Professor Sycamore (PHF #101)
1x Judge (BKT #143)
1x AZ (PHF #91)
1x Teammates (PRC #160)
1x Lysandre (FLF #90)
4x Ultra Ball (DEX #102)
4x VS Seeker (PHF #109)
4x Battle Compressor (PHF #92)
2x Float Stone (PLF #99)
2x Pokémon Catcher (EPO #95)
2x Buddy-Buddy Rescue (BKT #135)
1x Muscle Band (XY #121)
1x Town Map (BKT #150)
1x Startling Megaphone (FLF #97)
1x Target Whistle (PHF #106)
3x Dimension Valley (PHF #93)
1 x Hex Manicac (AOR #78)
Energias:
4x Double Colorless Energy (NXD #92)
Quem conhece a lista sabe que é um perfeito control c + control v da lista utilizada pelo Mahone, apenas com a exceção de 1 Hex Maniac no lugar de 1 dos Sycamore. Tomei essa decisão por medo de encontrar Pokémons como Aegislash Ex e Pyroar, além da Hex Maniac ser uma boa opção para travar Shaymins dos oponentes. Substituí pelo Sycamore porque durante os testes eu sempre precisei apenas de 1 Sycamore na pilha de descarte e um no baralho, e por causa dos 3 Shaymin Ex, 4 Sycamores pareceram exagero.
Para que não conhece muito bem o deck, ele se resume a colocar apenas o número necessário de pokémons com a Habilidade Night March na pilha de descarte e o mínimo possível de pokémons no Banco, inclusive Shaymin. O jogo conta com excelentes aceleradores como Battle Compressor, Shaymin Ex e os Sycamore, lembrando que Vs Seeker, Buddy Buddy e Milotic tornam a utilização de tudo isso muito dinâmico, trabalhando-se não apenas com o Baralho e a mão, mas também com a pilha de descarte o tempo todo.
As partidas:
Rodada 1: Noivern, A minha Surpresa
A rodada um foi um baque em mim por 2 motivos, o primeiro nem tão engraçado assim era que eu estava muito nervoso, eu tremia de verdade e o segundo foi porque enfrentei o deck que eu rejeitei durante o processo de desenvolvimento das estratégias que fui fazendo que escrevendo aqui no blog. Meu oponente utilizou o deck de Noivern que eu tanto gosto, um deck tier 2 que realmente consegue fazer bastante estrago.
“Mas Léllis, seu deck é tier 1, você deve ter atropelado os Noiverns né?”
Não meu amigo, foi uma partida complicadíssima para o Night March, porque caso você não sabe, o ataque do noivern causa 30 em todos os pokémons e não sei se você reparou, mas os pokémons principais desse deck tem 30 e 60 de vida.
Já adianto que perdi, mas não foi fácil para meu oponente, o uso abusivo de Xerosic para tirar as energias especiais do meu oponente deu muito trabalho para ele, porém ele precisou conseguir apenas 3 ataques para nocautear tudo no meu campo e um Lysandre para puxar 1 Shaymin Ex. Tirando isso, meu oponente aproveitou muito bem da vantagem que Haunter e sua habilidade tem, mas consegui fazer ataques devido a confusão e a moeda que deve-se jogar. Mesmo tendo dado meu máximo perdi a primeira rodada de 2 a 0.
Rodada 2: Regirock plus Yveltal, na mão do Semedo
Dei essa ênfase sobre Semedo porque esse é um jogador que deve ser respeitado, o cara já ganhou regionais, já jogou no exterior e é o criador do deck de Yveltal em questão, ou seja, respect pro cara, ele é tipo referência nesse jogo. O Yveltal era um dos meus maiores problemas nesse torneio, porque com apenas 1 energia ele ataca causando 30 e energiza o banco, ou seja, por ser um Pokémon noturno e pegar a Fraqueza de Pumpkaboo, consegue nocautear tanto este quanto o Joltik.
Foi o melhor jogo do torneio para mim, mesmo tendo perdido. Eu pilotei o Marcha Noturna como se fosse meu último dia na Terra, fiz jogadas desconcertantes para Semedo e o mesmo por muitas vezes se viu encurralado. Mas a experiência dele pesou bastante quando ele percebeu que eu tinha todas as minhas energias já usadas e não havia como eu recuperá-las caso ele matasse meus Milotic, e assim ele fez. Foi uma rodada de 2 a 1.
Rodada 3: Manectric Ex e a zica da Ju
Esse era um dos decks que eu pretendia usar e abusar nesse torneio, eu conhecia bem a estratégia do deck, porém não tenho muito o que falar aqui. Minha oponente era uma amiga, Juliana, e eu realmente queria que fosse um jogo espetacular, só que o azar dela falou muito alto. A mesma jogou os dois jogos fazendo apenas Brigette e não conseguiu desenvolver o jogo de maneira nenhuma porque não vinha nenhum Suporte. Consegui 2 a 0 encima do azar da minha oponente.
Rodada 4: Mega Mewtwo e minha confiança
Nessa hora do torneio você já começa a pensar: “Será que ainda dá pra eu me classificar com 2 derrotas?” e fazendo os cálculos eu tinha chances reais de conseguir, desde que não houvesse mais empates entre os melhores colocados, então coloquei na cabeça que eu podia sim me classificar e perder não era mais uma opção. Dessa vez meu oponente era outro conhecido meu e realmente eu sabia que era um dos meus oponentes mais difíceis de se enfrentar, porque o Jaspion, esse meu amigo, é um dos caras que eu sei que melhor joga ali na região. Eu quase vacilei ainda, o jogo foi 2 a 1 pra mim porque na segunda partida eu vacilei e não percebi que faltou um Vale Dimensional na hora de realizar o ataque, mas mesmo assim, o jogo foi ótimo e consegui a Vitória.
Rodada 5: Mega Rayquaza e meu amigo
Antes de sair a rodada recebi a terrível notícia de que houveram empates, perdi meu chão e comecei a fazer contas atrás de contas. Havia uma chance mínima de eu conseguir passar, desde que os perdedores do top se igualassem a mim e eu fizesse 9 pontos, ou seja, ganhasse a partida e fiz essa matemática toda junto ao meu amigo Juan, que foi junto comigo no City e a essa altura possuía um empate na minha frente, ou seja, eu tinha 6 pontos enquanto ele tinha 7. Durante os cálculos nossos a gente reparou que eu tinha uma chance enorme de jogar contra ele e então meu coração gelou, caso eu enfrentasse ele eu não teria chance nenhuma de conseguir passar, não por causa das vitórias, mas porque qualquer outra pessoa que vencesse e estivesse com o mesmo número de vitórias que eu, me passaria e eu perderia a classificação para o top. Dito e feito, a rodada 5 era contra meu amigo, portanto como eu já não tinha chance nenhuma de passar concedi para ele, que teria muito mais chance que eu.
Por fim galera, mesmo eu concedendo para o meu amigo ele não passou porque houve combinação de resultados, o que é permitido nos torneios de Pokémon, por isso concedi para o Juan, aí durante o corte o Semedo passou a frente do meu amigo, ou seja, nenhum de nós conseguimos passar.
Mas eu gostaria de ressaltar que fiquei muito feliz com o meu resultado no meu primeiro City, acabei tendo infinitos azares mas esse tipo de coisa acontece, não vou criticar o jogo e muito menos a organização porque eu tive azar. O Marcha Noturna é um baralho excelente e estou bastante satisfeito com ele, pretendo manter a bagunça que ele traz. Além disso, gostaria de parabenizar a Copag que, com a Pokémon Company por trás de tudo, consegue fazer um excelente trabalho nas organizações de torneios oficiais. Fiquem atentos para os próximos textos e talvez ainda pode ser report de outro city, existem mais torneios ainda a serem realizados.
Até a próxima e um pokéabraço pra vocês!